A festa chegou ao fim, a ressaca passou, os fogos acabaram, o céu limpou, e nesse novo ano em especial, a chuva caiu.
Pois é, 2009 chegou. E como você está começando essa nova contagem de tempo? Alguma coisa mudou?
Eu sou a mesma, você é o mesmo, e as nossas vidas, provavelmente, são exatamente as mesmas, sendo elas boas, ruins, ou mais ou menos. Depois das deliciosas e saborosas (leia-se “engordativas”) festas de fim de ano, damos de cara com nossos antigos compromissos e com a velha rotina de sempre, que não são tão saborosas assim.
Vamos ser francos: nada muda, mas ainda assim é fascinante ter a sensação de recomeçar, de começar do zero, de estabelecer novas metas, fazer novos planos e acreditar mesmo que “agora é pra valer!”. Melhor ainda seria se, independente da contagem de dias, semanas e meses, da qual chamamos de ano, houvesse “ano novo” em pleno 17 de julho ou 23 de setembro, etc…
O mesmo entusiasmo que sentimos no dia 1º de janeiro, poderíamos sentir em qualquer dia do ano. Seria delicioso renovar completamente as energias e as esperanças a cada manhã de sol, a cada mergulho no mar, a cada beijo apaixonado, a cada demonstração de carinho, a cada conquista e até a cada derrota, afinal cada situação nos dá a oportunidade de seguir um novo caminho, de fazer uma nova escolha, ou de enxergar alguma coisa sob uma nova ótica.
A vida se renova o tempo inteiro diante dos nossos olhos, e principalmente diante dos nossos sentidos. A todo instante experimentamos novas sensações, das melhores às piores possíveis. E, por mais metódica que seja a vida de uma pessoa ela será surpreendida por essas sensações, querendo ou não. É nelas que está embutida a chance de recomeçar.
O recomeço não está só em começar uma nova vida, está em tudo… em despertar para um novo sentimento, seja de desejo ou de repulsa, uma nova vontade que nos impulsiona a buscar ou a deixar algo para trás. Recomeçar está numa escolha, numa decisão que somos obrigados a tomar, numa euforia inexplicável, numa sensação, numa intuição, num momento de introspecção, numa alegria inesperada e até numa tristeza sem motivo aparente. Ela está lá, sempre lá. O recomeço é quase sempre uma escolha que fazemos, e a escolha, muitas vezes, pode ser simplesmente a de recomeçar.
Nessa nova “fatia de tempo” que ganhamos, desejo que todos possam sentir a mesma vibração maravilhosa do Reveillon em vários, vários dias do ano. Que em 2009 nós tenhamos vários “anos novos”.
Roberta Simoni