Já faz mais de três dias que me despedi dos meus pais e do meu cachorro – depois de passar alguns dias com eles, matando as saudades – e voltei para São Paulo. Vim chorando boa parte do caminho, e deixei a minha mãe chorando lá também. Percebo que, a medida que o tempo passa, cada despedida fica mais dolorosa.
Dói porque não sabemos por quanto tempo ficaremos distantes desta vez, e também porque a nossa família não anda vivendo dias de glória, e o fato de estarmos tão longe – fisicamente apenas – não colabora para conseguirmos lidar numa boa com toda essa situação.
Ontem liguei para casa para ter notícias de todos, e minha mãe contou que Théo, nosso cão, continua no portão de casa, esperando que eu volte a qualquer momento. Meu coração, é claro, ficou em caquinhos.
Quando eu me despedi dele, desta vez, abracei, abracei, abracei e dei muitas beijocas nele, pedi que ele cuidasse de todos em casa, e expliquei que eu demoraria para voltar, por isso, pedi também que não ficasse triste e me esperando. Parece que não adiantou muito…
Engraçado como ele sente quando vamos “abandoná-lo”. Enquanto nos arrumamos para sair, ou enquanto fazemos as malas para viajar, ele se joga no meio do corredor, entre o banheiro e os quartos, atrapalhando a passagem, e quando vamos fazer carinho nele, ele mal se mexe, e não balança o rabo de jeito nenhum. Depois, quando vamos sair, e tentamos falar com ele, ele vira a cara pra gente e fica de costas para o portão, em forma de protesto.
Théo é o cachorro mais dócil do planeta, é incapaz de ameaçar a vida de qualquer ser vivo. A não ser quando ele escuta minha irmã gritando, e vai correndo para perto dela procurando alguma barata para matar. Ele já reconhece o grito dela quando está diante de uma barata, e surge imediatamente como um herói para salvar sua vida daquele “monstro” repugnante.
Ele é um labrador hiperativo, maluco, engraçado, desastrado e o seu rabo parece uma hélice de ventilador ambulante, que vai passando e derrubando tudo. Mas, quando sente que estamos tristes ou doentes, muda completamente, fica quieto, ao nosso lado, só dando carinho, e nos olhando com aquela carinha de “ei, não chora, eu estou aqui, vou cuidar de você”. E cuida mesmo.
Não é porque é o meu cachorro, já tive outra cadelinha que eu amei demais, mas que definitivamente não era uma santa, tinha um gênio impossível. Mas, Théo não, ele é bom. Já começa sendo bom só pelo fato de ser um cachorro, porque, para mim, cachorro foi uma das melhores e mais maravilhosas invenções divinas.
Mas, ele vai além… é impossível não se apaixonar por ele, pela carinha de carente que ele faz toda hora, implorando por um carinho, pelo jeito como ele levanta a orelha e te olha nos olhos quando você conversa com ele, como se tivesse compreendendo tudo o que você diz. Pelo jeito inocente dele, que o levou ao extremo de “apanhar” de um gato e de cachorros menores que ele. Pela incapacidade que ele tem de machucar alguém, até mesmo quando se sente acuado, não usa seu instinto canino, porque sabe que pode machucar se resolver usar de verdade os seus dentes enormes. Mas, definitivamente, não tem noção do seu tamanho e sua força quando pula na gente para brincar, e sequer imagina o peso que tem cada patada sua, deixando hematomas pelo nosso corpo.
Essa figurinha linda que enche a nossa vida de alegria está completando 6 anos de vida hoje. E eu não tinha como deixar de falar dele, enquanto ele está lá, me esperando no portão…
Esses dias, enquanto eu conversava e fazia carinho num cãozinho de rua, eu comentei com o André – “Eu devo ter sido cachorro na minha outra vida.” E ele retrucou de imediato – “Não, Beta, em todas as suas outras vidas você foi cachorro, nessa vida aconteceu alguma coisa de errado e você veio como gente!”
Sábias palavras… talvez isso explique muita coisa.
Roberta Simoni
Eu também me apaixonei por Théo!
Até convidei pra dormir comigo, mas fui prontamente impedida rsrsrs
PARABÉNS PRO THÉO AMIGA!
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Oi Pepeco!!!
Que lindo o que vc escreveu do nosso filho.
Mesmo quem não o conhece fica apaixonado pela sua descrição.
Ele é realmente maravilhoso e comovente.
Se ele soubesse ler ficaria muito feliz(se é que ele pode ser mais) e orgulhoso de sua mamãe escritora.
Você fez seu retrato falado com suas palavras.
Parabéns pra nós que temos o privilégio de conviver com ele.
Bjs com muito amor…….
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rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs, é…o meu também ficou me esperando voltar. Engraçado que quando chego na minha cidade, mesmo antes de chegar em frente à minha casa, ele já vem correndo, parece até que adivinha (tem dias que chego de surpresa mesmo!).
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