Meu professor do Roteiro (que vai brigar comigo quando ler isso…) ensinou pra gente no primeiro dia de aula que uma trama pode ser contada através de três gêneros narrativos diferentes: lírico, épico e dramático.
Claro que não vou ficar aqui falando sobre narrativas, até porque eu ainda sou aprendiz nessa arte, além do mais, ninguém me perguntou nada. Só entrei no assunto para compor a introdução de um pequeno relato cotidiano…
Então, para que entendam o que vou relatar a seguir, é importante que saibam que essa história se passa num momento lírico.
Momentos líricos dentro de um filme, por exemplo, são aqueles que mostram o sentimento interior do personagem. A história deixa de ser contada pelo prisma dos acontecimentos do mundo externo para mostrar o que o personagem está sentindo interiormente.
Para entenderem melhor, aí vai um exemplo que my teacher deu, usando a cena do filme Beleza Americana:
Pois bem, o meu “momento lírico” do dia foi assim:
Eu andava distraída no aeroporto Santos Dumont, nessa cidade maravilhosa chamada Rio de Janeiro quando, de repente, no meio daquela gente toda transitando de um lado pro outro, carregando malas, falando ao celular, fazendo barulho, tudo ficou mudo, as pessoas desapareceram dentro do meu campo de visão e uma luz surgiu do alto, e no chão um tapete vermelho…
Desfilando no tapete: ele. Ninguém mais, ninguém menos que Reynaldo Gianecchini. Em carne e osso. Muito osso e pouquíssima carne, por sinal. Mas, não importa… era o Gianecchini. A personificação da beleza a menos de dois metros de mim…
“A-i, m-e-u D-e-u-s d-o c-é-u!” – foi tudo o que eu me permiti falar bem baixinho. Depois continuei andando, na tentativa de manter a discrição, sem muito sucesso, pois senti que não só os meus olhos e a minha cabeça, como também todo o meu corpo se viravam num ângulo de 180C° para acompanhá-lo passando. (esse povo que não está acostumado a ver artista é fogo, tsc tsc tsc…).
E foi exatamente como naquelas cenas de filme onde aparece a garota mais linda, desejada e popular da escola, em câmera lenta, quase parando… sabem como?
Eu sei, gente! Ele é só mais um cara bonito. Certamente tem lá suas qualidades e defeitos como qualquer ser humano. Mas o danado é bonito, e os desprovidos de beleza que me desculpem, mas ver gente bonita é sempre melhor do que ver gente feia. Além do mais, momentos líricos a gente não escolhe, eles simplesmente acontecem. E se eles são assim, digamos, fúteis, o que se há de fazer senão vivê-los?
Não obstante, minha vida é repleta de momentos líricos (dos mais levianos e bobos como esse, aos mais profundos e poéticos). Até porque é frequente eu viver situações onde me imagino expectadora de mim mesma, como se estivesse me assistindo num filme. E tudo isso porque não faço uso de drogas ilícitas… imaginem se eu fizesse, heim?
E você? Já teve seu momento lírico hoje?!?
Roberta Simoni
Menina, vc escreve deliciosamente!!!
Adorei saber q estou bem acompanhada.
beijos
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eu juro q morria se ‘trombasse’ com ele no aeroporto.
mas ó, não vou muito longe não, hj assisti uma peça do G7 [eles ainda não são globais, rs] e fiquei apaixonada por um dos atores q faz N personagens no palco, daí, qndo termina a peça eles 4 correm pra porta pra se despedir do público, e daí?
daí q qndo eu passei o meu mais novo amor me cumprimentou e disse ‘te espero semana que vem’. tá, eu sei q é pra voltar pagando pra assistir a peça e de preferência levando mais pagantes, mas pra mim, naquele momento ele estava retribuindo o meu amor platônico recém surgido. kkk
bjs
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Poisa é, já tive muitos momentos liricos, mas com pessoas conhecidas que há muito eu nao via. E foram ótimos momentos.
Mas eh serio? Realmente encontraste o Gianne na rua?
Mel dels! Morrerei sendo sua amiga!
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Nunca tive momentos líricos assim não, o meu gênero é mais dramático.
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Beta, to sem fôlego!!!!
amiga, nem sei o que faria! Meu momento lírico não resistiria às fronteiras de meu ser interior! ( quanta palhaçada!), e com certeza o meu eu dramático pularia nas costas de meu eu épico e sairiam galopando em direção àquele Deus Grego!!
Jesus, me abana!!!!
beijos, linda!
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🙂
ainda bem que ele deve estar acostumado com as caras das moças em pleno momento lirico delas!
texto delicioso de ler, como sempre!
beiJu
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Aaaaaaaaaaii… meu momento lírico, acontecia em minhas corridas matinais: um deus grego, correndo, suado, sem camisa (com direito a camera lenta e trilha sonora). Será q ele ainda corre? Ops…. pensand alto.
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Mto bom…adorei seu jeito de escrever…parabéns!
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