“Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.” (Clarice Lispector)
Das lições aprendidas na última viagem:
– Ficar pendurado por uma corda pode se tão libertador quanto desesperador à certa altura;
– Rappel negativo, definitivamente, não é coisa de gente sã, e talvez isso explique o fato de eu ter gostado tanto;
– Não se deve olhar para baixo quando se está pendurado à 90 metros de altitude;
– Pular no abismo ganha um sentido muito maior quando deixa de ser apenas uma metáfora;
– Mergulhar no lago de uma caverna escura pode ser assustador, mas se você arrumar um pouco de coragem e uma lanterna, pode tornar-se a experiência mais mágica da sua vida;
– Ter medo faz parte do processo de tomar coragem. Ser paralisado pelo medo é que não faz;
– Não importa a profundidade do seu mergulho desde que você não deixe de mergulhar;
– Quanto mais cristalina a água, maior o prazer em se molhar por inteiro nela;
– Se você, assim como eu, ainda não aprendeu a voar, experimente mergulhar, ou simplesmente deixe seu corpo flutuar na água corrente de um rio. É a sensação mais próxima de pertencer asas;
– Nadar contra a correnteza cansa;
– O contato direto com a natureza é transformador;
– Nunca vá para o meio do mato com roupas escuras. Isso atrai todos os insetos do universo (ah, gente… como eu ia saber?);
– Beber água salobra dá piriri. Comer biscoito recheado e sanduba do “podrão” todos os dias também. Viajar com pouco dinheiro idem;
– Se você tem dinheiro, viaje. Se você tem pouco dinheiro, viaje. Se você não tem dinheiro nenhum, viaje mesmo assim;
– Nunca escolha seus parceiros de viagem pelo grau de parentesco ou tempo de amizade, mas pelas afinidades. Prefira aqueles que saibam ceder e, caso você não saiba fazer o mesmo, aprenda imediatamente. Ou viaje sozinho;
– Faça amizades por onde passar para ter sempre ótimas razões para voltar;
– Tenha alguém para sentir saudades todos os dias. Isso garante sua felicidade em voltar para casa, por melhor que esteja sendo sua viagem;
– Tenha alguém para sentir saudades de você. Alguém que te telefone para saber se você está bem e para te pedir para voltar logo… alguém que te espere ansioso(a) no aeroporto;
– Não espere uma oportunidade para viajar, crie a sua você mesmo;
– Tenha bons motivos para ir e motivos melhores ainda para voltar. Se você não os tiver, arrume;
– O Brasil é o lugar mais lindo para se conhecer no mundo, Mato Grosso do Sul é um dos lugares mais impressionantes do Brasil e a cidade de Bonito deveria se chamar Lindo;
– Registre tudo. Seja por fotos, vídeos ou diários de viagem. Tão bom quanto viver cada experiência nova, é poder relembrar depois. Recordar é quase reviver;
– Mova-se. Arrisque-se. Pule. Mergulhe. Voe. Vá. Se atire na vida;
– Realizar um sonho é tão bom quanto parece ser;
– Nada, nada expande tanto a sua cabeça e a sua alma quanto viajar;
– Poucas, pouquíssimas pessoas sabem viver a vida. E existe uma grande chance de você se sentir uma dessas pessoas raras se você colocar uma mochila nas costas e meter o pé na estrada sem hesitar.
Roberta Simoni